Bem-estar
Seguindo nossa Jornada de Valores 2020, esta semana vamos falar de Bem-estar.
Bem-estar é um estado de satisfação plena. Cada um tem sua própria concepção do que precisa para alcançar esse estado. Importante compreender que esse estado não é estático. Ele se expande, se retrai, numa ou noutra de suas dimensões, e depende também de nossas expectativas para cada uma delas.
Se você valoriza seu bem-estar, isso influencia suas escolhas e afeta sua qualidade de vida. E é preciso acolher que “a vida é movimento”[1] e adotar hábitos que ativem movimentos evolutivos, saindo do condicionamento muito comum de andarmos em círculos, retornando à emoções não mais desejadas, num movimento de gangorra emocional repetitiva.
Gosto de refletir sobre este tema a partir de quatro dimensões que, entrelaçadas, sustentam um estado de satisfação plena:
Física: inclui as escolhas que afetam nossa saúde corporal, tais como os hábitos alimentares, hábitos de cuidados com o corpo, higiene, sono. Sustentar um estado de satisfação plena exige atenção às escolhas que trazem picos de “bem-estar” imediato em detrimento das escolhas de hábitos que nutrem um bem-estar mais sustentável. Envolve também as escolhas que trazem o essencial para prover conforto e segurança para estar neste mundo
Mental: “o que consome sua mente, controla sua vida”[2]. Que tipo de conversas mentais eu tenho comigo mesmo(a)? Quais estórias fico me contando sobre mim mesma(o) sobre o que me acontece, sobre o que não me acontece? Essas estórias fortalecem ou enfraquecem minha vitalidade, minha confiança em lidar com as demandas do dia a dia? Em quais referenciais me apoio para alimentar minha capacidade intelectual de conhecer, compreender a teia da vida, resolver problemas e tomar decisões?
Emocional: diz respeito a nossa habilidade para lidar com os desafios do dia a dia, reconhecendo como nos sentimos a nosso próprio respeito e como nos sentimos em relação à vida de forma geral. Diz respeito a sermos capazes de reconhecer nossas emoções, captar suas variações e gerenciá-las.
Espiritual: trata-se da busca do propósito, do sentido de ser e estar aqui. É a parte de nós que reconhece que há um todo maior do qual todos nós fazemos parte. É nesta dimensão que aprendemos a olhar ao nosso redor e vê o quanto estamos, ou não, contribuindo para o bem-estar do outro, e se e o quanto nos importamos com eles. Começando por aquele que está bem aqui, ao nosso lado: família, colegas de trabalho, as pessoas que integram as equipes que lideramos.
Também é possível fazer essa reflexão usando as dimensões da Roda da Vida. Em um ou noutro modelo de dimensões, o bem-estar demanda equilíbrio. Não é escolher entre uma ou outra dimensão. É escolher olhar para todas.
A pergunta chave é: onde procurar por esse equilíbrio?
Aqui vou me apoiar numa história oriental do personagem Nasrudin.
Conta-se que Nasrudin estava na calçada de casa, embaixo do poste de luz, de joelhos, procurando algo. O vizinho observava de sua janela. Depois de alguns momentos aproxima-se e pergunta:
– Nasrudin, o que você está procurando?
– Minhas chaves, responde Nasrudin.
O amigo começa a ajudá-lo na busca. Depois de alguns momentos sem nada encontrar, pergunta:
– Nasrudin, tem certeza que perdeu suas chaves aqui?
– Não, eu as perdi dentro de casa, responde Nasrudin.
– Mas, então, porque você está procurando aqui fora? Pergunta o vizinho surpreso.
– Porque aqui há mais luz, responde Nasrudin.
Um convite à reflexão: e aí? Onde você está procurando as chaves para o seu bem-estar e daqueles com quem se importa?
Alba Torres – Consultora e Master Coach